14.2.13

As mãos dele sobre as velas e depois sobre a cara. Um tremor constante de morte eminente. As velas a acenderem-se com vontade de se apagarem. As mãos a tremerem com vontade de aceitar um destino qualquer. E depois tu, ali como eu a olhar, começaste numa tensão infantil. Os teus ombros a juntarem-se como quando tinhas cinco anos. A tua mãe mesmo ao lado impenetrável. As lágrimas correram-te pela cara e tu finalmente sem vergonha. Choraste tão tarde que eu quase me tinha esquecido dessa possibilidade. Não foi contudo essa a imagem que guardei, a tua comoção. Foram as mãos trémulas e as velas, umas sete, a disputarem todas as partículas de oxigénio.


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