21.8.12

Todas as jóias vieram parar às tuas mãos. Como pequenos pecados, como pequenas confirmações do sangue que do sangue passar se tornou mais azul. De tanta educação. As tuas mãos cheias vieram contra a minha cara, encontrar um estalo que nunca cicatrizou. Para mim já chegava olhar-te. Mas assim foi mais pesado, foi um olhar demorado e brilhante. Entre as raridades de outras famílias, encontrei as jóias dos nossos filhos.

13.8.12

Quando perceberes, naquele instante execrável, que vou morrer, olha-me nos olhos cansados. Deixa-te ficar como paisagem. O mar dos teus olhos há-de me encher de anos de vida.  E este medo há-de desaparecer.
Quando perceberes que é o meu fim a chegar devolve-me a expressão melancólica que, em ti, sempre me excita de tão improvável. E esse plano apertado da tua cara - imagino se os teus lábios rosa se transformarão com os anos - será só meu. E nunca mais meu.

8.8.12

Se te esqueceres de tudo e assim conseguires esqueceres-te mais. Encorajo-te. Encorajo-te, meu amor. a partires a partir do fim. E se assim, se assim for mais fácil para ti, não encontro razão para não. Me esqueceres de tudo e para sempre. Só assim, se assim for. Manhunt, manhunt, diz-me se há alguém mais triste do que.