27.5.11
24.5.11
eh eh (nothing else i can say)
Não chegámos a ir à Provence. E estávamos tão perto. Dei mais voltas naquela casa a matar tempo que eu sei lá. E hoje já não há casa, pelo menos para nós. Emigrámos. Hoje até já perdemos as fotografias com os assaltos sucessivos com que tu fizeste questão de colaborar . Hoje se não for eu a escrever poemas e a editar filmes, se não for eu a ligar-te, nem te lembras. Hoje entendo a minha mãe e só tenho 29 anos. Porque no fim, não restou nada. E eu nem sequer fui à Provence.
you and i
Só preciso que me pegues na mão com cuidado e que me confies o anel que era da tua mãe. Eu vou apertar a minha cruz no peito com a mão que restar e depois largar e depois levá-la à boca surpresa. E só depois preparamos um beijo curto. Só preciso que me esperes no aeroporto com uma vontade de meses e que me leves a mão às coxas. Eu vou tirar os meus phones e com a mão que restar bater-te na cara com ironia a dizer és mauzinho. E só depois preparamos uma estadia muito longa.
electric chapel
Eu vejo os fantasmas a passar aqui em casa. Mas não tenho medo. Não me aterrorizo, não grito, não mordo os lábios, não esfrego os olhos, não me olho ao espelho, não me escondo. Vejo-os passar, experimento palavras em línguas diferentes, eles não repondem. Parecem irremediavelmente ocupados. E com o tempo nada muda. Só uma vontade de vingança que cresce. E eu não sei o que fazer. Se me vingo ou se me deixo assustar.
4.5.11
don't panic
Deixa-me ver o teu corpo estendido na cama daqui de tão longe que eu estou. Temos a Europa e um mar inteiro a empatar-nos. Baixa as armas. Eu só te quero olhar.
1.5.11
A distância daqui ao quarto é muito curta. Tão curta que pressinto que vais adormecer. Mas entram-nos pela casa e tiram-te o sono. E apagam-me o cigarro. É como se a polícia nos viesse roubar o último instante de preguiça. Eu já me vejo a levantar e a deitar-me ao teu lado, só para não prestar mais declarações.
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