24.10.11

Tu mal disseste. Mal me olhaste. Eu acendi o cigarro uma vez e outra e outra. E nem o barulho das minhas botas nas folhas secas, nem a minha gargalhada eficaz. Quando toda a gente saiu do país e ficámos só nós a poucos metros um do outro tu viraste a cabeça a fingir que procuravas alguém. Eu ainda ensaiei uma frase para te dizer, mas o meu corpo que já estava em modo de pressão nuclear explodiu. E todas as cartas que trocámos (versões impressas dos nossos emails), todos as fotografias, todas as minhas economias de meses, todas as músicas que me deste a conhecer saíram da minha cabeça, epicentro do desespero. A uma velocidade que te teria matado, não estivesses tu já de joelhos nesse momento a chorar o fim.