28.9.09
inverno
Transformaste-te lentamente no teu pai. Foi com o passar das estações. Não foi com a chuva. Mas assim que começaram a cair as primeiras folhas, transformaste-te lentamente no teu pai. E tu cada vez mais sagitário. Foi uma coisa muito estranha que se passou.
cantada
Numa nota que eu não consegui identificar. Chamaste-me com um ó. Não segurávamos copos e os perfumes já não cheiravam. Foi só o teu ó.
19.9.09
non dis non
Disseste-me tu não és um imperador, não penses nisso. Eu levantei-me olhei para o mapa, depois para a terra. E quando olhei para ti vi que não falavas de nós, nem de conquistas. Não usavas metáforas. Mas eu nunca fui um imperador. E a ideia pareceu-me a cada minuto mais clara.
9.9.09
clocks
Tu deixas-me uma palavra no ecrã. Sem barulho, sem música, sem alarme. Um veredicto para eu me entreter toda a tarde.
8.9.09
the reader
Sim, eu aceito que sejas crente. Sim, eu aceito que me queiras oferecer um anel e um copo de vinho. Sim, eu aceito deitar-me na cama sem te ver sem roupa. Sim, eu aceito decorar algumas frases. Sim, eu aceito não saber ler nem escrever. Nem escrever.
7.9.09
lamento della ninfa
Ele não desmancha o silêncio. Não canta não ruge. Nem se lança sobre o meu pescoço. Ámen.
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