30.4.13

É mais do que suficiente. Para que chores daqui a poucas horas, com raiva e arrependimento. A porta da varanda aberta, as cadeiras fora do sítio, o meu itunes em louco aleatório. As palavras, em português, vão ecoar na tua cabeça: um pesadelo que nunca imaginaste. E eu ali, já estendido na estrada vou fingir que morri. E talvez consiga tão bem ouvir a sirene: um pesadelo que nunca imaginei. É mais do que suficiente para substituir os cigarros que deixei de fumar, meu amor. 

 


20.4.13

Contra mim um ramo de oliveira. Contra mim três quartos no parlamento. Contra mim os restos do almoço. E os pobres a baterem-me à porta. E os novos a empunharem cravos. Contra mim a ponte sobre o Tejo e os barcos compenetrados. E os manueis descompensados. Contra mim os fogos e os apagados.