10.2.13

A história mais longa de sempre. E o perfume da tua t-shirt. Uma garrafa de água a rolar pelo chão. O cão abandonado à porta de casa. Todos os santos num saco do lixo. Vou contar-te a história que não vai acabar. Vou tirar-te o sono e deixar a vela apagar-se. E lembrar, ah lembrar, como fomos jovens e ricos. O mais difícil vai ser escolher os livros que queremos guardar. E ainda mais difícil será prometer-te que volto. Talvez fique a olhar para o Tejo. Talvez fique a andar de metro, talvez fique a subir escadas em casas do séculos XVIII, talvez fique a chorar no cais das colunas. Tenho que beijar a minha irmã, a revolução que deixei em lume brando.
A história mais longa de sempre. E o som do saxofone do vizinho. Uma serigrafia sem valor comercial. O chapéu de robin dos bosques, uma caixa de preservativos, cadeiras de praia que nunca usámos.
Anda lá ver-me voar na airfrance. Anda lá ver-me sair daqui para sempre até que não.

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