24.9.12

Eu não podia casar-me já e atirar as flores e esquecer-me da falta que me fizeste. Eu não podia casar-me já e esquecer-me que morri nos teus braços a quilómetros de distância. O meu enterro não podia transformar-se numa cerimónia linda e pura. E só o meu enterro duraria para sempre. O matrimónio não atravessa o tempo porque não se nos cola à pele.
Naquele verão, naquele inverno, neste verão, neste inverno não houve flores.
Todos os noivos que vi estavam invariavelmente mais felizes que nós, mesmo sem flores.
Eu não podia casar-me já sozinho, sozinho.
Eu atravessei o tempo contigo colado à minha pele. Solteiro.

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