1.7.12

Sim, os anos passsaram. E os teus olhos ficaram virados na direcção errada. Para a frente é aqui. Mas aqui não se desdobra noutros lugares. Aqui é a saída do labirinto que não te entretém. Os teus pulmões ainda têm o ar que guardaste com responsabilidade. E tu, tão ecológico, não soubeste desesperar.
Respira fundo e diz superficialidades, por favor. É agora.
Vão-te esquecer, vais-te esquecer das conversas que te mudaram a vida e tu não reparaste. Repara agora.

1 comentário:

Patrícia Milheiro disse...

«os anos passarão. os canteiros hão-de gerar um outro buxo. outros pássaros virão cantar nos ramos altos do pinheiro manso e dos plátanos. a tia morrerá. e a casa e o jardim, a própria vila, suas rotinas, seus ritmos e seus ecos. não ficará senão a tua voz na tarde calma. olá disseste. e a terra começou a tremer.»