7.6.11

Assim se partiu tudo como se houvesse um machado louco nas nossas palavras. Não se viram destroços, nem relíquias quebradas ao meio. Não se viu nada. E nem houve nevoeiro ou poeira a descortinar a desgraça com poesia. Foi só assim um silêncio, uma escuridão a eclipsar-nos.
O desenho das tuas palavras a traduzir o teu corpo solteiro no meu ecrã. O meu corpo solteiro a amparar-se na queda. A sentir os cuidados das mães e dos pais, dos irmãos, dos melhores amigos e de outros homens que não conheço.
E só ao fim de algumas horas vieram as lágrimas atrasadíssimas como se os olhos não tivessem sido avisados da babárie. Só depois do sexo se chorou o sexo. E pela madrugada, anúnicos de vendas.
Assim se partiu tudo com pena, com honra, com alguma dignidade.
Assim se chegou àquela noite. Não, não foi um fim. Ambos sabemos que não foi nada disso. Ainda podemos celebrar as manhãs que passaremos a acordar-nos com suavidade.
Mas assim como se passaram as coisas parece que se partiu tudo.

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