17.2.10

infinity

Pousei o relógio na mesa. O cinto, as calças, as botas no chão. Agarrei na tua cabeça até sentires a densidade da madeira da cama e o teu sangue provar o nosso amor. Poucos instantes depois, tombado o candeeiro pouco sofisticado e esquecidas as boas maneiras, prometi que não te magoaria nunca. Fiz-te rezar comigo. Cuidei da tua testa. O quarto pareceu cada vez mais pequeno, o que acelerou o meu ataque de pânico.
Quando me virei para ti, refeito do medo, já estavas na internet a pedir ajuda. Que eu quase te matei, que estás sozinho, que mal me conheces. E nesse instante lembrei-me do teu perfil, da fotografia do teu rabo, das palavras que trocámos, da minha morada e do número de telefone. Tudo verdade. Não te consegui mentir.

Sem comentários: