21.10.08

a carta

Ele vai escolher um lugar sem pressa. Olhar à volta. Desconfiado. Um ou dois movimentos mecânicos. E vai ficar desiludido com a falta de naturalidade. Sempre a mesma coisa. Ninguém cruza e descruza as pernas em tão pouco tempo. A agenda em cima da mesa. Novembro cheio de desenhos feitos quando Novembro ainda estava longe. Não precisa de Novembro. Vai lamentar a falta de tempo para estar com os amigos. E rir-se sem se aperceber. Vai pensar em escrever uma carta. Mas para quem. Mas para quem. Máquina, câmara, blog, mp3. E a carta vai continuar a parecer uma boa ideia.

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